segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Dia 4 - Estádio Asteca, Xochimilco e Museu de Antropologia

15 de setembro

Nosso último dia de Cidade do México não começou muito bem. Primeiro, aprendemos a não confiar 100% nas informações do guia, que dizia que o Estádio Asteca (aquele mesmo em que o Brasil ganhou a Copa de 70) abria pra visitações de sexta a domingo. Depois de ir até o ponto final do metrô e de 8 estações no trem ligeiro, acabamos barrados na porta do Estádio, e nem depois de muito choro o guarda nos deixou entrar.


Estádio Asteca, infelizmente visto por fora


Segundo, aprendemos a (realmente) não confiar no guia. Voltamos para o trem ligeiro e continuamos nos afastando do centro da cidade, mais 7 estações, até chegar num lugar chamado Xochimilco. Lá existem uma série de canais que foram construídos pelos astecas para irrigar suas plantações. Hoje em dia, porém, sua função é apenas turística: barquinhos chamados trajineras levam os turistas através dos canais num passeio que dura 1 hora.

Parece legal, mas não é. Quando você chega com cara de gringo no local, dezenas de trajinereros voam pra cima, tentando te atrair para o passeio deles que supostamente é melhor do que o dos outros (apesar de os canais serem os mesmos). Além disso, o preço que nos foi cobrado era mais do que o dobro do tabelado, que estava estampado em várias placas no local (que inclusive estampavam um "Não se deixe enganar" gigantesco). Quando desistimos, um mexicano desesperado saiu correndo atrás da gente por quase 5 quarteirões só pra dizer que agora ele faria o passeio pelo preço exibido nas placas. Mas aí já tinhamos perdido a vontade, e apenas caminhamos de volta para a estação de trem ligeiro.

De lá, fomos para o metrô e paramos na estação de Chapultepec, aonde visitamos aquela que seria a grande surpresa do dia: o Museu de Antropologia. De acordo com o guia (que já havia falhado duas vezes só neste dia), o museu requer dias de visitações, e é tão completo e extenso que tem pessoas que viajam para a Cidade do México só para conhecê-lo. Ele fica dentro de um parque chamado Bosque de Chapultepec, que é o maior bosque urbano das Américas. O mais antigo também, já que foi criado por Moctezuma, o último imperador asteca, como área recreativa para a população de Tenochtitlán.


Entrada do Museu de Antropologia no Bosque de Chapultepec

Sinceramente, não estávamos botando muita fé, porque museu costuma ser chato e tudo. Mas o Museu de Antropologia quebrou todas nossas expectativas. As primeiras salas eram dedicadas à evolução do homem, desde macaco até ocupar todos os continentes. Tudo muito bem ilustrado através de maquetes e peças arqueológicas raras (como o esqueleto do australopiteco Lucy) acompanhadas de textos e gráficos bem explicativos.

Maquete de australopitecos caçando


Povo que atravessou o Estreito de Bering

Índios pré-colombianos caçando mamute


Depois, havia uma sala para cada uma das culturas pré-colombianas existentes no México. Não deu pra ver tudo de cada, muito menos pra ir em todas. O lugar é realmente gigante. Mas tá aí alguns exemplos do que vimos:

Recriação da fachada do Palácio de Quetzacoátl, em Teotihuacán


Pedra do Sol ou Calendário Asteca, encontrada nas ruínas do Templo Maior da Cidade do México em 1970
Recriação do que seria o mercado de Tlatelolco antes dos espanhóis chegarem
Cabeça gigante olmeca

E isso foi só o andar de baixo. No de cima, maquetes, bonecos, fotos e artesanato proveniente de todas as regiões do México ilustravam a diversidade cultural existente nesse país. Tudo muito lindo, mas foi também muito corrido.

Casa rural típica da região de Oaxaca, sul do México


Acabamos enxotados pelos guardas às 7 da tarde, horário de fechamento do museu. Mas que valeu a pena, valeu.


Para terminar o dia, vimos de camarote a queima de fogos do Dia da Independência. Todo ano, é comemorado nas praças centrais das cidades do México o dia e hora em que Miguel Hidalgo declarou a guerra contra a Espanha pela indepdendência, que foi às 11 da noite do dia 15 de setembro de 1810. E o nosso quarto estava virado diretamente para o zócalo, e as camas ficavam bem do lado da janela. Foi uma surpresa bastante agradável, temos que admitir :)

Queima de fogos no zócalo

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