20 de setembro
San Cristóbal é uma cidade pequena, no topo da serra do estado de Chiapas. Chegamos aqui depois de uma viagem noturna de 12 horas. Viemos para o hotel, descansamos um pouco e saímos para conhecer a cidade.
O que encontramos? Bom, basicamente três coisas: hippies, gringos e muitos, muitos índios. Na verdade, Chiapas é meio que o reduto indígena do México. Esse estado fica bem no sul do país, no meio da floresta tropical, e justamente por isso é pouco urbanizado.
Quando os espanhóis chegaram aqui, eles primeiro derrotaram todos os chefes indígenas para mostrar sua superioridade bélica. Depois fundaram sua cidade numa zona central, em meio a todos os povoados índios, e a chamaram San Cristóbal. E daqui, iam semanalmente cobrar tributos junto aos índios, e depois voltavam para o seu lar seguro.
Desse modo, a miscigenação nessa região foi pequena, e a quantidade de índios que hoje vêm para a cidade vender seus artesanatos é enorme.
A resistência cultural desse povo é incrível. Mesmo as crianças conversam entre si utilizando sua língua própria, e não o espanhol. Entre as senhoras então, nem se fala. Praticamente todas utilizam uma vestimenta típica, que é uma saia preta feita da pele de algum animal peludo, chales coloridos e trancinha no cabelo.
Essa feira principal ficava em frente a um dos principais pontos turísticos da cidade, que é a Igreja de Santo Domingo. Embora meio mal-convservada por dentro, ainda é bem bonita for fora.
Inclusive, cabe aqui um parênteses. Atraídos pela abundante expressão da cultura indígena existente na região, vários extrangeiros vêm para San Cristóbal para visitar os povoados indígenas fora da cidade. Como achamos meio chato esse negócio de ser gringo e ficar tirando foto de índio, resolvemos ficar só por aqui mesmo, mas vale a pena falar um pouco sobre uma dessas vilas, chamada Chetumal.
Lá, embora ainda exista uma igreja e vários fieis, a última missa católica celebrada foi em 1968. Nesse ano, os locais expulsaram o padre da cidade e desde então celebram seu próprio ritual, um sincretismo entre as religiões maia antiga e a católica. Quem celebra a missa são os curandeiros da vila, que também são os primeiros a prestar socorro caso alguém esteja doente. Caso os métodos milenares da medicina maia falhem, aí sim os locais procuram o posto de saúde do governo existente na cidade. Maluquice, não?
Como ficamos sabendo disso tudo? Principalmente através dos dois museus que visitamos aqui: o Centro Cultural de los Altos de Chiapas, que explicava toda a história da região de Chiapas e o Museu Na-Bolom, antiga residência de um casal de antropólogos dinamarqueses que estudou na década de 50 as tribos indígenas na floresta tropical de Chiapas, quase na fronteira com a Guatemala.
Amanhã sairemos pra Palenque, onde existem ruínas maias que dizem ser interessantes. Abraços!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
E aí, prima, td bom?
Vi teu blog aí, vou adicionar na minha lista de favoritos. De vez em quando eu vou dar uma lida.
Abração
Postar um comentário